PRODUÇÃO SHEIN NO BRASIL NÃO PASSOU DA PILOTAGEM
Quem diria que o grande Plano de Produzir no Brasil não passaria da Pilotagem?
O SIVERGS..., alertou sobre dificuldades em 08/2023, aqui, mostramos que o varejo brasileiro ficou mudo, a parceria de R$ 750 milhões poderia tiraria a Coteminas das dificuldades financeiras, e ao mesmo tempo, daria a Shein acesso ao mercado produtivo brasileiro, com mais de 2 mil pequenas e médias confecções que já prestavam serviços a Coteminas, iniciando com peças em tecido.
Agora com menos de um ano da tal parceria, os R$ 750 milhões ficou exatamente como a promessa da BYD e Gov. Bahia, só na promessa, a Shein iniciou com as pilotagens em jeans e a coisa degringolou ai mesmo. Esbarraram nas sistemática das lavagens e olha só, deu abertura de ingresso pleno ao mercado brasileiro como nunca.
Como os chineses são bons de fazer promessas e não acreditam em religião, a Coteminas não deve receber o recurso prometido e tomou o caminho certo para os endividados em R$ 2 bilhões, direto ao judiciário pedir sua recuperação. O fato aconteceu em julho/2024, colocando os contratos da Coteminas com as terceirizadas de produção do Nordeste em uma verdadeira sinuca de bico.
Mas a parte interessante é a oferta de R$ 0,60 minuto de produção, a média brasileira é R$ 0,35, que a Coteminas ofereceu aos terceirizados agora sem produção. São 2 mil facções ficaram a ver navios e terão de chorar na Guararapes (Riachuelo) para poderem produzir e buscar uma reversão na atual situação que se encontram.
A situação da Coteminas piorou depois que a Farallon resolveu executar a dívida de R$ 180 milhões, após a empresa não conseguir alcançar alguns índices financeiros e a Coteminas foi se abrigar na Lei 11.101/2005 de recuperação judicial. Nesse contexto, outros credores como Bradesco, Banco Brasil, Fibra, Santander, Daycoval, Pine, Sofisa e outros bancos e fornecedores, foram todos relacionados tendo que esperar a decisão da justiça aprovada em julho/2024.
A Holding Springs S/A, proprietária da Coteminas, fundada por José de Alencar ex-Vice Presidente da República, obteve um crescimento marcante nesse período incluindo uma fábrica na Argentina, mas com a valorização do Real em 2008, deu simplesmente uma rasteira nas exportações da Coteminas, impactando as receitas da empresa e, ao mesmo tempo, os chineses vieram com tudo no setor têxtil pelo mundo, atingindo em cheio a empresa no Brasil. Com juros na casa dos dois dígitos, a situação só agravava e iniciou uma busca pelos patrimônios da Coteminas para bancar uma Recuperação Judicial pois os papéis da companhia estavam em queda desde 2021 até 2023, perdendo seu valor em pouco mais de 90%.
A obrigação da SHEIN de produzir no Brasil, em 2023, seria um alívio para as contas da empresa que teria uma injeção de R$ 750 milhões, algo que não aconteceu, ou seja novamente os chineses ensaiaram mas não se apresentaram, já a Coteminas segura seu pincel no judiciário, buscando formas de proteger o patrimônio oferecido em garantia mas ao mesmo tempo ganhando tempo para efetuar pagamentos de seus débitos.
“Em abril de 2023, a Shein anunciou o marketplace local para que pequenos e médios empresários brasileiros pudessem vender seus produtos aos 45 milhões de clientes da empresa no país. Em pouco mais de um ano, a Shein já conta com 15 mil vendedores cadastrados, que já representam 55% das vendas da companhia no Brasil". “Em 2024, a empresa decidiu expandir o marketplace com foco em cinco estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. “O crescimento expressivo reforça o comprometimento da Shein com o Brasil, colaborando para a meta de ter 85% das vendas local..."
Resumindo, a SHEIN cumpriu a exigência imposta pelo governo brasileiro, deu uma volta em todos, abriu seu marketplace, conquistou 15 mil clientes fornecedores na plataforma, cobra a taxa de venda e não gastou mais que R$ 2 milhões para isso. Se puxar esse fio mais a fundo, poderá se achar uns 100 chineses com visto duvidoso e trabalhando 12h por dia, (leia-se aqui o mesmo que na BYD em Camaçari-BA).
No Brasil todo empresário já sabe onde isso chegará, demissão em massa e nova conta gigantesca para pagar, sem contar o número de processos trabalhistas. É bom que a Coteminas corte custos e melhore suas margens para fazer frente ao temporal que se aproxima, mas ao mesmo tempo mostra mais uma vez, que para empreender no Brasil precisa ser muito bom e nada de se envolver com promessas, pois aqui ninguém é santo.
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